e os robocops do sistema, frio
O bicho por aqui tá sempre solto. Geralmente, fardado.
Como no filme Matrix, o melhor que fazemos quando trombamos um dos robozinhos do Sistema é correr. Correr feito lebre, apesar da recomendação do saudoso Sabota: “é melhor jogar pra cima que tomar delito alto”.
Mas, você sabe. A carne é fraca, nascemos com medo, e nem sempre o relógio corre a nosso favor. Vira e mexe o bicho fardado desenjaula-se em pássaros – estúpidos: atingem espelhos crentes que fazem seus ninhos chocos no peito do povo preto. E pobre.
Quando correr já não serve, as pernas não obedecem, o relógio resolve apressar a morte e o terrorismo de Estado alcança o alvo (quer dizer, o preto), a nós, resta fazer o quê?
Só no Estado de São Paulo, em 2014, morreram quase duas pessoas por dia, vítimas dos vermes. Devorados vivos, jovens, negros, sem dinheiro e sem comoção social.
Resta resignar-se?
Fazer de nossos corpos de adubo?
Fazer a boca grande e ser devorado pela boca pequena das formigas?
Resta nos resignarmos. Um pouco.
Resta nos indignarmos. Um muito.
Não calamos, mas falamos sem jeito. Já sabendo que a escuta é precária. O pet é criado e nossa massa ainda se encontra abaixo (a sete palmos, talvez?) da superfície terrestre.
Contra o terrorismo de Estado, acendemos velas, encomendamos rezas, e falamos (baixo, mas falamos).
Vítimas dos vermes, uni-vos.
É o que nos resta.
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