Porque
minha escola elegeu Monteiro Lobato como patrono da Academia
Estudantil de Letras?
Porque
a petição contra isso, puxada por mim e com apoio geral da nação
não vai pra frente?
Afinal, nenhum de nós é
racista, apesar de que o
Brasil inteiro reconhece
que sim, ele existe e se junta ao machismo para nos colocar cada qual
em seu devido lugar de pobreza ou riqueza, baseado no degradê das
cores das almas sinistras?
Porque
temos no bairro uma rua homenageando um eugenista mundialmente
conhecido?
Porque
o genocídio da população, da juventude, das ciranças negras não
comove? Antes, virou um
clichê (tipo bife e batata frita, leite com mel e vitamina C pra
gripe?
Porque
o jogo político
e a eleição de x ou y é
mais importante do que minha vizinha querida que mora em um barraco
2x2 com sete filhos, marido, cachorro e agregados? Se,
tanto faz um louco, um psicopata, um pastor ou um “revolucionário”,
se chegou ao poder, ou governa para a elite e faz o jogo, ou morre?
Porque
somos mais comprometidos
com os partidos políticos do que com a libertação política e
econômica?
É
porque somos pipoca.
Porque
não fazemos o que deveríamos, porque estamos mais preocupados com o
ibope no facebook do que com o cuidado com o próximo, com o trabalho
de formiguinha, que funciona, mas não nos torna popular.
É
porque nos falta coragem para dizer o que precisa ser dito e
pipocamos chutando os cachorros mortos da moda.
No começo, nóis é duro, mas quando a chapa esquenta, a gente cresce, fica fofo, branco e pula fora.
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