Não sou o tipo que abandona a linha.
Antes de soltar o osso
eu
desço
no
fundo
do
poço
agarro com as mãos
prendo os dedos
e finco
as unhas bem firme
no carretel de sonhos.
E quando ainda assim escapole
a prole
o dom
o mote
eu pego com os dentes
feito gata que pariu e quer fugir da gente.
E se os dentes se partem
assume a carne
da gengiva. E o maxilar se encaminha
chamando os ossos do crânio.
Nessa de agarrar a linha
com mãos, com dentes e estiras
e envolver os ossos
do crânio
no espanto
cortante
do vidro
moído
moído
às vezes se perdem os dedos
às vezes se perdem os dentes,
às vezes se perdem as línguas.
Se perde também a palavra,
o poema. Só não se perde
o pipa.
Ás vezes.
Prezados, uma bela poesia e uma bela imagem que me fizeram retornar por alguns instantes ao meu tempo de criança; e confesso que "roubei" a foto dos meninos empinando pipa e coloquei na minha página do facebook, citando devidamente o site de vocês. Espero que me perdoem pelo ato ilícito; em minha defesa só posso dizer que foi um ato absolutamente apaixonado! abçs luis roberto de paula
ResponderExcluirMuito obrigada pelo comentário, mas a gente não descobriu de quem é a foto... não é nossa rsrssrss.
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