Vocês sabem que nós sabemos que, na maior parte do tempo, estamos falando sozinhos. Juntando verbos e munições neste blog pra não perdermos o rumo, pra que mais tarde possamos recuperar o fio da meada, caso ele se perca por algum motivo.
Mas depois do último post, ficamos aqui pensando que talvez a palavra ostentar não seja estratégica para o que quisemos dizer, para as idéias que pretendemos compartilhar.
Pensamos que talvez nem mesmo os sonhos possam servir de objeto de ostentação - já que ostentar pressupõe exibir vaidosamente aos outros o que estes não possuem. Assim sendo, logicamente, a exibição de sonhos pode causar inveja e ainda por cima mobilizar os e as sociopatas de plantão.
Assim, estamos substituindo "ostentar" por "dividir". A postagem anterior será editada e os dois verbos serão mantidos, apenas para registro.
Acontece que, nela, o contexto já conferia à palavra em questão o significado de "dividir"... mas isso é invenção de poeta e sociólogo que querem mudar o mundo e sabem que a mudança das palavras - quando não é apenas engodo pra manter a violência simbólica - é parte importante dessa transformação.
Mas reconhecemos que não fomos tão bem sucedidos a ponto de subvertermos o sentido exibicionista, competitivo e classista implícitos no sentido corrente do verbete.
Então, abandonamos agora mesmo nosso pretensionismo linguístico e social e voltamos atrás... queremos o verbo "dividir" em vez do "ostentar".
Simples e direto.
Dividiremos nossos sonhos.
Dividiremos nossas idéias.
Dividiremos nossas angústias.
Dividiremos nossas forças e nossos potenciais.
Não ficaremos ricos. Por isso não precisaremos dividir nosso dinheiro.
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