“Engajado
desde o berço
não
esqueço de onde eu vim.
Minha
rima não tem preço
tem
começo, meio e fim”
Clã
Nordestino
Poesia não é flor que se cheire.
E por isso os jornais a evitam
e publicam o inverso:
eterno tédio
dos assassinos em série,
genocídio, infanticídio
e outras patifarias com e sem código
de barras.
Poesia não é flor que se preze.
E por isso os jornais a evitam.
Em seu lugar publicam meninas
abraçadas aos seus bichinhos
de pelúcia.
Poesia não é flor que se regue.
E por isso os jornais a evitam.
Na secura de suas folhas
nenhuma gota de lirismo
pinga.
Poesia não é flor que se encontre
na rua.
E por isso os jornais a evitam.
Ainda que no asfalto outras breves
se insinuem.
O poema se nutre de espanto.
(não se vende espanto em caixinhas)
Por isso, no auge do canto
quando o poema emerge do manto
de surdez e indiferença
que o protegia,
aí então ele ganha
seu lugar ao sol.
(mas ganha uma caixa minúscula)
O vetor da obra ganha
o poeta
perde a poesia.
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