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domingo, 19 de janeiro de 2014

Das contradições do capitalismo III: O Rolezinho e a luta de classes

O capitalismo fez de todos nós seres consumistas. Sua capacidade de inventar novas necessidades é absurda e, por se tratar de um ser social, todas as novas necessidades criadas, mais cedo ou mais tarde, se tornam básicas ao ser humano (somente o animal se contenta com alimento e o abrigo).

Assim, temos que superar este sistema econômico se quisermos que o consumismo desapareça, pois  este não se resume em usar Nike. Apesar de essa marcar ser um ótimo ícone para batermos no capitalismo, tem consumista para qualquer hora ou ocasião: tem o das roupas, o dos tênis, o dos livros, o dos teatros, cinemas, saraus, o consumista das viagens, o que não usa nike, vai trampá de bike, mas gosta de Paris e não morre sem ir a Machu Pichu. Tem o consumista de "cultura" - na verdade de espetáculos (e este muitas vezes é sensacionalista) -, o consumista de restaurantes, de acampamentos selvagens, de música, de esporte, de tecnologia.

Algumas pessoas acreditam que o sujeito que usa Nike e frequenta shopping é pura futilidade, e o mochileiro que não bebe coca cola seria o extremo oposto (pensamento que, como muitos, promove desunião na classe trabalhadora).

Nosso inimigo pode ser a Nike e a Coca Cola, mas não pode ser o pobre que usa sapatos dessa marca e bebe refrigerante. Em termos marxistas, não podemos simplesmente considerá-lo “alienado”, pois todos somos alienados do resultado do nosso trabalho.

Então, nesse momento em que os jovens pobres brasileiros insistem em realizar os famosos ROLEZINHOS, temos de tratá-los como o que são, isto é, filhos da classe trabalhadora, filhos da classe que gera valores, que constrói o país e o carrega nas costas sem ficar com nada. Não podemos criminalizar os pobres por quererem os produtos consumidos pelas classes média e rica, pois tudo pertence à classe trabalhadora. Ou pelo menos deveria pertencer, uma vez que o resultado daquilo que produzimos nos é roubado.

É tudo nosso, podemos quebrar ou queimar, porque é tudo nosso.

Os rolezinhos nada mais são do que mais uma expressão da luta de classes. Como disse Frantz Fanon, o colonizado quer dormir na cama do colonizador. E é por isso que o rico não dorme tranquilamente, sabe que o trabalhador e a trabalhadora, cedo ou tarde vão, com bases teóricas ou não, tomar de volta aquilo que construíram, aquilo que é seu.

 Acontece que quando nós, os trabalhadores e trabalhadoras, tomarmos nas mãos o destino da produção, em um sistema comunista, a Nike vai se tornar uma fábrica de calçados e estes voltarão a ter valor de uso. As coisas terão essência ao invés de aparência. Mas para isso temos que desbancar o rico do controle, e isso pode começar sim com uma ameaça espontânea, como os rolezinhos, por exemplo.

Assim, gostemos ou não, frequentemos ou não os shoppings, temos que lembrar que eles foram construídos e funcionam diariamente (inclusive sendo abastecidos) devido à exploração da classe trabalhadora. Desse modo, deveríamos poder dar ao shopping e à cidade como um todo o destino que desejarmos.

De nossa parte, o rumo que queremos é o comunista. É pra isso que trabalhamos.

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