Tem jeito não
Talvez eu precise um poema.
Um poema que resgate
a minha integridade
e o zumbido do cotidiano.
Um poema que resgate o espanto
o pranto
as noites mal dormidas
e a vermelhidão dos sonhos
mais conjuntivos.
Um poema que resgate a teoria
do susto. Dos conjuntos,
o surdo, o mudo, o justo
o sábado, o sapo e as testemunhas
oculares
um poema que retarde
me desgaste
até o osso
paisagem onde o monstro
do café se sabe morto
corpo solto fora
na boca do soco
um poema bolha triste
sem sabão:
sem som
sem ar
sem condições.
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