Então, sabe aquela moça do metrô? Aquela de cabelos muito lisos e brilhantes? E aqueles rapazes vestidos de social? E todas aquelas pessoas de pele preta, parda, gordas e magras? Aquelas que trabalham nos telemarketigns, são caixas do extra, carrefour, compre-bens da vida?
Esse povo que enche os ônibus e trens, e também conduz os coletivos?
O povo que enche as roças de grãos, frutas, legumes e as granjas e frigoríficos de carne branca e vermelha;
Sabe esse pessoal que constrói, atende e toma conta da cidade e do campo?
Então, são todos favelados.
Disfarçados, para evitar o preconceito, poucos imaginam que esse pessoal alinhado mora, muitas vezes, em barracos cravados no meio das inúmeras favelas espalhadas pelo país.
Se você não acredita, nem precisa. A gente sabe o que está falando e sabemos também que a história vai registrar o que já estamos narrando.
É assim que a favela tem tomado conta.
Toda a classe trabalhadora atua diretamente na construção do capital mundial. São os pobres, construindo com suas próprias mãos, aqueles que geram os valores. O trabalho feito por outras classes - por exemplo o de nos supervisionar ou gerenciar - não é gerador de valor. O que fazem é administrá-lo, para promover a melhor apropriação do senhor, da sinhá.
E então, porque será que esse povo levou fama de preguiçoso e ladrão?
Se foi ele que fez o PIB brasileiro subir de 770 bi de dólares nos anos 80 para 2,3 tri no momento atual – pois, como sabemos, o o PIB brasileiro pouco cresce com a venda de produtos tecnológicos, é com a venda de matéria prima e de hortifrutgranjeiros que crescemos, sabemos também qual a cor da maior parte das pessoas que operam nas roças e granjas.
Se foi ele quem construiu toda cultura nacional desde a música até a culinária, se no esporte tem uma contribuição fundamental
Por isso, é por ser o único gerador
de valor e ter esse valor roubado é que inventou-se os mitos de que
não prestamos. Assim, com a mente dominada, com o roubo legitimado
(chamado de propriedade privada, direitos sobre a propriedade,
contratos de trabalho e outros contratos sociais), já não é
preciso usar a força para lesar nosso povo - que de preguiçoso não
tem nada. Nem de ladrão, é óbvio.
Nosso povo, repetimos:
Constrói e mantém a riqueza e a
cultura do nosso país.
É responsável pelo desenvovimento do
PIB brasileiro.
É responsável por nossa vitalidade
cultural e esportiva.
É expropriado e por isso, apenas por
isso, prosegue favelizado.
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